***Treinamento de Maria Aluado***

Treino contra monstros!


Vesti minha roupa de treino, short jeans e blusa do acampamento
meio-sangue laranja, calcei meu all-star de cano médio e soltei meu cabelo,
deixando-o cair nos ombros e ir até a cintura, aonde apareciam pequenos cachos.
Abri minha gaveta e procurei umas armas, no final resolvi pegar meu escudo
sagradoe minha espada de bronze.
Olhei pra meu amigo, ao meu lado, e vi que ele já estava pronto, esperando-me
com os braços cruzados.
- Vai demorar muito? – ele riu.
- Mulheres normalmente demoram o dobro. – sorri e joguei minha
franja de lado, olhando no espelho, só para irritá-lo.
- Isso é quando elas vão a um encontro. Não
quando vão atarcar monstros. – ele disse e nós dois caímos na gargalhada.


Puxei-o até a porta do chalé 6,
pronta para enfrentar qualquer monstro junto com minha melhor amiga,Melanie.
Seu jeito é engraçado, é alegre, o que me faz sentir segura e com mais força.
Ela poderia ser facilmente minha irmã gêmea, se não fosse pela sua idade,
Melanie tem 16 anos, e eu, 14.
- Olá semideuses! – gritou ele e logo em
seguida houve uma seqüência de “Olas” na multidão. – Vou ser curto e grosso com vocês, campistas! Há uma
série de monstros soltos na floresta, de diversos tipos e tamanhos. E adivinha
quem vão acabar com eles? – ele riu e apontou para nós.
– E lembre-se, eu disse “De todos os tipos e
tamanhos!”. Boa sorte! E o treino só acaba quando todos os monstros morrerem! – O treinador suspirou e
saiu da arena, deixando-nos sozinho.
Cada um seguiu para um lado da floresta, alguns corajosos sozinhos ou os
normais em grupos de amigos.
Eu e Melanie fomos para um local
próximo ao céu, ela gosta de ficar perto possível do céu, por ser filho de Zeus.
Segurei minha espada em frente ao meu corpo e vi Melanie fazer o mesmo.
- O que acha disso? – aponto para os lados da
floresta. – Tão silenciosa... Tão calma.
- Estranho. – ele disse e estreitou os olhos. – Deveria ter alguns monstr... – antes (de ele terminar
sua frase saíram do meio das árvores um minotauro (não muito grande) e uma
Empousai, em sua forma de mulher. Arregalei os olhos e olhei para Melanie.
-Nós. Vamos. Morrer! – sussurrei quase sem
voz.
Esse treinador só pode estar louco!
Como ele coloca uma EMPOUSAI e um MINOTAURO na floresta? Ele quer que a gente
morra! Só pode ser isso!
- Eu cuido da... – ela disse de boca
aberta, quase babando. Referindo-se à Empousai.
-Não Melanie, eu cuido dela e
você cuida do mino... – revirei os olhos e disse, tomando cuidado para não
pronunciar a palavra “minotauro” em voz alta, com certeza pioraria as coisas.
Melanie balançou a cabeça em aprovação, ciente do erro que cometeria se
deixasse levar pela beleza da Empousai.. O minotauro estava andando de um lado
para o outro, impaciente, atento, como se estivesse combinado algo com a Empousai,
que estava vindo para o lado de Melanie. Vi ela segurar sua espada bem forte e
esticar bem perto da mulher-monstro. Ela sorriu para Melanie.
-Você não vai fazer isso, vai? – disse ela, querendo
seduzi-la.
Ela estava na forma de uma mulher loira, de olhos azuis e corpo perfeito dentro
de um mini vestido vermelho. Olhei rapidamente para o minotauro, que estava a
uns 15 metros de nós, era musculoso e tinha a altura de 1 carro e meio
sobrepostos. É! Se meu amiguinho for seduzido pela Empousai. Certamente vamos
morrer. Belisquei a mão de Melanie e ela acordou do transe.
-Ai! – ela virou-se para mim
com cara de “O quê que eu fiz?”, revirei os olhos e apontei discretamente para
o minotauro. Ele afastou de mim, pronto para lutar com minotauro, tudo estava
dando certo até a Empousai. Falar.
- Amor! Não faz isso! Irá morrer, e eu não
quero perder- te. – ela sorriu. O que fez Melanie parar a uns cinco metros de
distância do minotauro.
-Melanie! – gritei para avisá-lo,
mas já era tarde demais. Meu amigo já tinha sido jogado contra uma árvore, pelo
minotauro, e agora estava inconsciente e prestes de ser esmagado, foi quando
corri e empurrei-o para o lado. Olhei para meu lado e lá estava o monstro, com
um dos chifres presos na árvore. Peguei minha espada, finquei-a em seu pé
direito e girei-a, ouvindo o barulho de seu osso sendo raspado pela lâmina. Ele
rugiu de dor e começou a se contorcer todo, tentando tirar seu cifre do tronco
e ao mesmo tempo gritando de dor. Tempo suficiente para eu levantar e correr
para longe de Melanie. No mesmo segundo a Empousai, Veio parar na minha frente,
com as mãos em meus ombros.
- O combinado era que você seria do
minotauro e seu amigo seria meu, porque tem mais graça e... Ah! Você sabe. Más
você “da pro gasto”. Depois a sobremesa pode ser ela. – ela sorriu e apontou
para Melanie. – O minotauro que arrume
outros semideuses. – ela sussurrou e revirou os olhos.
Foi quando tive “a” idéia. Continuei a olhar para ela, com cara de medo, e fiz
de tudo para parecer que estava chorando.
- Posso... Ter... Um... Último... Desejo? – falei entre soluços
falsos.
Ela pensou e aproveitei para olhar Melanie,ainda inconsciente e o minotauro,
que já estava tirando a espada de seu pé.
- Um último desejo? – ela revirou os olhos e
riu, inclinando sua cabeça para trás. – Pode
sim, semideusa.
Enquanto ela dizia isso minha mão direita
seguia lenta e cuidadosa para minha cintura, onde estava minha espada de bronze
sagrada . Peguei com muito cuidado e segurei-a firme.
Mordi meu lábio inferior, fingindo ser meu último minuto de vida.
- Morra. – falei e enfiei minha espada em seu abdômen.
- Maldita.
– ela disse enquanto de desfazia em pó e via um
sorriso em meu rosto.
Limpei a adaga em meu short, tirando o sangue de monstro.
Meu olhar foi direto para o minotauro, – que estava novamente caído no chão,
tentando desesperadamente tirar minha faca de seu pé sangrento. – corri até ele
e pulei em suas costas, pegando impulso até sua cabeça.
Levantei minha adaga e enfiei em sua nuca grande e peluda.
Ele gritou de dor, mas não se desfez em pó, como os monstros normais. O que? Em
vez disso ele levantou, com o pé e a nuca sangrando. Olhei para baixo. OH!
Deuses! Como ele era alto! Meu coração acelerou, se ele caísse me esmagaria,
certamente. Mas se eu o matasse ele teria que cair. Segurei firme, com minha
mão esquerda, em seus pelos e com a direita enfiei a adaga em suas costas.
Dessa vez funcionou, nem ouvi seu grito, ele se desfez em poeira antes mesmo de
encostar-se ao chão. O que fez com que eu caísse também, diretamente na terra.
Gemi de dor. O melhor era sair dali, antes que apareça outro monstro.
Levantei cuidadosamente e peguei minhas armas, com o braço “bom”.
Olhei em volta e me deparei com um problema, na verdade, um dos problemas,Melanie.
Meu amigo ainda estava caído no chão, inconsciente.
Ouvi vozes na floresta e fiquei parada, em posição de defesa, na frente de Melanie.
Como se isso fosse ajudar, como se eu pudesse lutar com alguém agora. A dor no
meu braço era insuportável, o que com certeza daria para percebe em meu rosto.
Um barulho saiu de minha garganta quando vi o que era, um barulho de alívio.
Saíram três semideuses da floresta.
Caí ajoelhada no chão, ao lado de Melanie.
Um veio correndo e pegou-me no colo.
- E...Melanie...? – eu mal conseguia
pronunciar as palavras.
- Nós o levaremos também, para os
curandeiros. Apenas descanse, filha de Athena. Você já matou muitos monstros
por hoje. –
meus olhos se fecharam, mas percebi um leve sorriso em seu lábio.
Foi a última coisa que vi, antes de me levarem, antes de meus olhos fecharem.
Depois de muitas horas pode sentir meu braço e Melanie
me chamando.

Treino de arco e flecha!
Coloquei o livro, “A passagem” de Justin Cronon,
que estava lendo em cima de minha cama. Faltavam poucas páginas para
terminá-lo, e havia apenas dois dias que eu tinha comprado de um filho de
Hermes. Essa noite eu perdi o sono, tive um pesadelo com minha mãe, ela estava
doente e precisava de um Elixir para curá-la.
- Preciso de sua ajuda,
filha. – minha mãe disse com uma voz rouca.
Era uma missão, para três de seus filhos, em meu pesadelo eu era um dos três
semideuses. O problema era que só um semideus, filho de Hécate, tinha o Elixir
que poderia salvar a vida de minha mãe. E esse semideus havia se revoltado com
os deuses, há muito tempo, e não nos daria o que queríamos. Fomos mandados para
essa missão, com muitos conflitos e batalhas.
Não vi o que aconteceu no final, acordei quando fomos mandados para a missão em
busca do Elixir.
Depois deste treino precisaria ter uma longa conversa com Quíron.
Sonhos de um semideus nunca podem ser ignorados.
...
Peguei meu arco e minha aljava com 30 ( do
acampamento)flechas de bronze e fui para o treino, talvez eu nem prestasse
atenção direito nas palavras do treinador, a única frase que eu ouvia era:
Preciso de sua ajuda, filha.
Balancei a cabeça, tentando tirar isso de mente por enquanto.
O treinador deu as ordens, cada semideus para um lado da floresta.
Passei na frente de Quíron, enquanto eu entrava no meio das árvores.
- Preciso ter uma conversa
com você. Aconteceu algo muito estranho. – falei e vi-o balançando a cabeça, concordando.
Visualizei um rato cinza, ele deveria ter 60 centímetros de comprimento.
Meus deuses! Um rato no Acampamento meio-sangue? Um rato de 60 centímetros? Não
deveria ser um monstro, nunca ouvi falar sobre ele. Talvez alguém usou poções
mágicas para fazê-lo ficar grande.
Isso não poderia estar certo! Posicionei meu escudo, coloquei minha flecha no
cordel, mirei no rato gigante e soltei minha mão. A flecha voou diretamente até
o coração do bicho. Ele esticou o corpo todo e caiu no chão. Nada de pó, ele
permanecia no chão. Morto.
Confirmei o que eu tinha pensado, não era um monstro.
Hoje deveria ser o dia da esquisitice ou alguém estava de brincando comigo.
Ouvi alguns gritinhos, baixos, mas ouvi. Parecia que vinha do estábulo.
Corri para em direção ao barulho.
...
Nem precisei entrar no estábulo para saber o que
estava acontecendo. Mais ratos gigantes havia lá dentro. Os pégasos estavam
loucos, pulado de um lado para o outro, voando para todos os lados e ainda
havia alguns do lado de fora.
Ninfas e Dríades tentavam acalmar os cavalos alados, mas não tinha nenhum
semideus ajudando a matar os ratos gigantes.
Quem fez isso sabia em que horas havia treinamento para os meio-sangues,
deveria ser filho de Hécate também, para fazer isso com os ratos. Será que foi
um filho de Hécate?
Seria o mesmo feiticeiro de meu pesadelo?
Depois eu pensaria nisso, juntamente com Quíron.
Passei pelas Dríades e pelas Ninfas, entrando no Estábulo. Meu coração
acelerou, dois dos cinco ratos gigantes que estavam lá vieram para cima de mim.

Atirei duas flechas, uma atrás da outra, no coração dos bichos, eles caíram no
chão, mortos.
Dois já se foram. Agora restavam só três. Quem será o próximo? Eu ou os ratos?
Os três correram a meu encontro. Consegui disparar duas flechas, em dois
bichos, os dois morreram.
Um, o último, pulou em cima de mim, colocando suas patas dianteiras em meu
abdômen.
Dor. Muitas dores vieram ao mesmo tempo.
Pedi ajuda à minha mãe. Nós tínhamos tido uma conversa, na minha última missão.
Ela disse que sempre que eu precisasse de sua ajuda ela estaria lá.
Um brilho rodeou meu corpo*, iluminando o estábulo. A claridade distraiu o
rato, enquanto eu pegava uma flecha e fincava em seu peito.
Fui rápida o bastante para sair debaixo dele, antes que ele caísse e me
esmagasse.
Pensei em um poder e corri rapidamente até os pégasos, montei em um e fui
acalmando-o, fiz isso com todos.
“Calma, está tudo bem.”- eu pensava.
Depois que tudo estava normal as Dríades e as Ninfas me agradeceram muito.
- Devemos uma a você, filha
deAthena. Cada uma de nós devemos uma a você. Quando precisar é só chamar.
Estaremos tão próximo que você nem imagina. – uma Ninfa falou e sorriu, enquanto outras
concordavam.
- Obrigada, gente. E. Tomem
cuidado, né? – meu rosto ficou pálido e virei para elas não
perceberem minha preocupação. - Ninguém sabe quem fez isso.
Virei às costas pra elas e segui em direção a meu chalé, precisava muito
descansar, mas sabia que amanha irei falar com Quíron sobre meu sonho.